domingo, 27 de setembro de 2009

Restart

Eu só consiguia ouvir o som do vento que batera em meu rosto.
Eu subí até ali apenas para sentir isso.
Eu mal pude sentir que estava respirando.
Então, no último andar daquele prédio eu me jogaria.
Bem...
Eu me joguei.
Era muito alto, eu fui caíndo aos poucos, o vento batendo em meu rosto, segundos depois, eu não vi mais nada, ficou tudo branco, eu não havia chegado ao chão.
Pois bem, não foi um anjo que me salvou, pois os anjos não podiam me sentir quando nem eu poderia me sentir...
Foi um sonho.
Bem, não sei dizer se foi um sonho ou pesadelo, pois não sei se foi tão ruim, não sei se foi tão bom, apenas sei que foi uma experiência da qual não sei avaliar.
Então, eu acordei e segui, como se fosse uma chance de começar de novo.
"Eu apenas sonhei com isso e já ganhei uma chance de recomeçar sem algo ter acontecido, algo real, não um sonho."

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Endless Road

A rua estava movimentada, um dia chuvoso, digo, chovia pouco, chuva fina...
Todos estavam em busca de algo, menos eu.
Bem, na verdade, eu havia desistido de procurar por algo, pois eu sempre procurei por algo que não sei o que é.
As pessoas me olhavam...
Algumas, com cara de desgosto, outras apenas olhavam seriamente.
Eu sorria, mas não ganhava um sorriso de volta.
Então, desisti.
Eu andava um pouco devagar, as pessoas passavam por mim, me empurravam, era como se eu fosse invisível. Oh, eu não fiz nada.
Então, eu decidi sair dalí, pois de algo eu sabia... Eu precisava ir para um lugar sem movimentação, sem estresse, sem pressão, sem ninguém, longe de conspirações, longe dalí.
Oh, eu andava pelas ruas mais isoladas, mais estranhas, mais assustadoras, mas eu precisava me mexer, eu não poderia ficar alí parada.
Eu fui seguida duas vezes. Uma vez foi um garoto que aparentava ter 16 anos, e eu pude ver que ele estava com um canivete em sua mão, até que de repente, não o vi mais, então, eu segui, claro.
A segunda vez foi um senhor que aparentava ter 40, eu não me assustei, entrei em um armazem abandonado, ele entrou, mas eu me escondi, e ele não consiguiu me achar, até que foi embora.
Então, eu saí daquele lugar desconfortável e continuei seguindo aquele caminho que eu mal sabia onde iria dar.
Até que começou a chover forte, e meu agasalho estava todo molhado, já não fazia tanta diferença estar ou não com ele.
Estava muito frio, mas eu continuava.
Eu cheguei à uma estrada de chão, mas eu via campos verdes ao meu redor.. Era lindo.
Não havia nenhum movimento sequer.
A lama me sujava cada vez mais, mas eu já nem ligava mais pra isso.
Eu avistei uma entrada para esse campo, e claro, eu entrei.
Fiquei de baixo de uma árvore enorme, esperando a chuva passar, eu levava comigo uma mochila, onde havia um lençól, eu me cobri com ele.
Tremula, eu já não sabia mais o que fazer, como eu iria sair dalí, e como seria minha noite num lugar como aquele, sem nada, sem ninguém, sozinha, talvez.
Eu apenas esperei que tudo ficasse bem.