domingo, 18 de outubro de 2009

‘Um de meus maiores erros... Se não o maior... ’

Eu não sou de acreditar em contos, vivo a realidade.
Nesse dia aconteceu algo que nunca imaginara que poderia acontecer.
...

Apenas diga, não tenha medo, seja você, e mais ninguém, viva e aproveite, não tenha medo de ir além.

DIA
Pessoas caminhando na rua.
Eu já não conseguira mais sentir-me viva.
Tudo bem, isso é normal quando se perde a esperança.
Então, eu estava sem esperanças.

Era 07h45min da manhã, e é eu comecei o dia mal.
Tomei meu café da manhã, típico suco de laranja com torradas e cookies (rotina).
Abri o jornal, liguei a TV no canal de músicas, fiquei escutando e lendo.
Havia uma notícia em que dia:
“Crianças foram estupradas no dia anterior...”
“Casal homossexual é vaiado por um grupo de jovens só pelo fato de estarem de mãos dadas...”
Isso me deixou mais mal do que eu já estava. Sério!
Como podem acontecer essas coisas absurdas?
Como pode haver tanto preconceito?
Como pode uma pessoa não ter escrúpulos suficientes e estuprar uma criança?
O mundo é grande, é injusto, é sujo, mas também acredito que há uma parte limpa, justa, honesta, e que respeita cada ser como é, afinal, todos nós somos diferentes.
Bem, depois de ler o jornal, desliguei a TV, escovei meus dentes, me arrumei e fui passear escutando músicas em meu Ipod na rua.
08h30min
Passei por uma praça, vi crianças correndo, brincando uma com a outra.
Eu sorri, e segui adiante.
Fotografei cada sorriso que via no dia, mas o “engraçado” é que eu sorria e não recebia um sorriso de volta.
Não achei estranho, pois estava acostumada com a rejeição.
Eu mal era vista pelas pessoas. Ah, se é que eu era vista!
Mas tudo bem...
Passei a manhã toda fotografando paisagens, sorrisos, casais, pessoas, animais, e tudo que faz parte do que chamamos ‘mundo’.
Depois, quando era 11h00min eu voltei pra casa, iria fazer meu almoço, necessitava comer alguma coisa.
Depois de preparar meu almoço, eu o comi, é claro, risos.
Liguei meu aparelho de som e escolhi ouvir ‘John Mayer’.
Ah, aquela música que me faz pensar sobre a vida... ‘Stop This Train’.
“No I’m not colorblind; I know the world is Black and White...”
Eu sentei no sofá, fiquei escutando ela por horas, mas essa frase não saía de minha cabeça.
Eu ficava pensando em quão solitária eu estava me sentindo, em quão fraca eu poderia estar...
Mas se nada mais me machucava, por que eu me sentia fraca?
Se eu vivia em mundo com mais de bilhões de pessoas, por que eu me sentia solitária?
A resposta eu teria mais à frente...
Bem, eu adormeci no sofá, escutando música, com essas perguntas na minha cabeça, sem tentar encontrar as respostas.
Eu me esqueci de mencionar, mas eu gosto de uma garota, e nunca contei à ela isso, eu sei, eu fui muito burra de não ter contado à ela, mas ela estava namorando, eu não poderia ter feito nada, ou poderia ter dado em algo, não sei...
Mas a verdade é que uma voz ecoa em minha cabeça dizendo:
‘Você deveria ter dito, agora é tarde demais... ’
Eu não entendia o que isso queria dizer, o seu significado, o que queria insinuar, o que estava tentando me dizer...
E sonhei que estava refletindo sobre... Eis o que sonhei:
Eu me perguntei, então: ‘Será que ela está com outra pessoa, ou está casando-se, ou seja lá o que for?’, ‘Será que eu a perdi pra sempre?’, ‘Será que perdi a amizade dela?’, ‘Ou... Oh Meu Deus! Não, ela não pode ter morrido!’.

Acordei um pouco tarde, afinal, adormeci por muito tempo... Acordei às 15h23min, eu me lembro de ter visto em meu relógio.
Acordei assustada.
Com as mesmas perguntas na cabeça, a mesma frase... E com mais alguma coisa em minha cabeça... O que havia acontecido com ela?
A voz tornou-se real, ecoava em minha cabeça a mesma frase o tempo todo!
Decidi sair, passear em alguma praia, sentir o vento, o mar, a sensação de estar viva, buscar novos horizontes, ampliar as visões que havia em minha cabeça, mas quando cheguei lá, nada senti.
O fato era que por eu não ter carro, só depois percebi...
Não eram que as pessoas me rejeitavam, elas não me viam.
Não era que eu estava sozinha, eu apenas fiquei só por minha escolha, então, seria o fato de ter escolhido isso.
Não era que eu estava fraca, eu apenas estava morta.
Sim, eu estava morta e percebi isso só naquele momento da praia.
Ninguém me notava ninguém sentia minha respiração.
Eu queria chorar, eu não conseguia, mas creio que não era pelo fato de eu estar morta.
Mas a conclusão era:
Eu havia morrido, havia escolhido ficar só e morrer só, havia escolhido guardar um pequeno segredo que se transformou no maior em que eu já havia mantido comigo, havia desperdiçado a chance de dizer, a chance de viver, a chance poder tê-la aqui.
Eu mesmo assim não conseguia chorar.
A única coisa que pensei foi:
‘Eu quero correr para os braços dela, quero poder tocá-la, senti-la, abraçá-la, mas acho que ambas não poderia sentir, ou poderia?
Oh meu Deus! Se eu ainda sinto o que sentia por ela e ainda mais forte que antes, talvez eu possa senti-la agora, mesmo estando morta...
Oh, mas de quê adiante se ela não poderá? ‘
Eu fui correndo em direção a casa dela.
Eu entrei pelas janelas. Ela estava dormindo, mas a luminária estava acesa.
Eu pensei que ela estava com alguém, mas ela estava chorando.
Eu logo quis saber o porquê, mas só havia uma forma... Ela estava escrevendo, deitada, chorando, em seu diário.
Eu lia cada palavra que ela escrevia, e pronunciava junto a ela.
‘Eu sempre lhe tive como amiga, eu sempre lhe tive, mas não como eu realmente queria ter-te.
Você foi uma das pessoas que mais me fizeram feliz, e por mais que eu tenha tido outras pessoas, outros relacionamentos... Era você o tempo todo!
Não importa a hora, o dia, o lugar, eu sempre tive um sorriso contigo, sempre consegui achar as respostas, e uma delas era de que era você quem eu amava, quem eu desejava dias e noites comigo. ’
Não sei como, mas eu chorei, chorei muito, por tempos que eu não chorava assim.
Eu deitei do lado dela, a abracei, beijei, acariciei, e disse que tudo ficaria bem...
Mas pra quê eu havia dito isso?
Ela nem iria me ouvir, muito menos sentir!
Eu estava angustiada, desesperada, foi a primeira vez que eu não tinha saída, pois eu confesso que sempre, por maior que seja o problema, sempre tive saídas.
A primeira vez que eu vi que eu não poderia dar a volta por cima, contornar, muito menos voltar atrás.
De repente eu à vi chamar pelo meu nome.
Ela sussurrou:
‘Eu te amo. ’
E eu a abracei mais forte, como se eu ainda tivesse a esperança de ela poder me sentir.
Era tudo muito forte, por muito tempo eu desejei isso, e agora que eu soube que ela sentia o mesmo, mas que era tarde demais...
Eu digo que me arrependi.
E uma coisa que eu sempre carregava comigo era o fato de que não me arrependia de nada.
Mas bem, eu me arrependi me arrependi me arrependi ME ARREPENDI!
Então, ambas adormecemos após muitas lágrimas de choro.
Quando eu acordei, eu não a vi ali, do meu lado, em sua cama.
Então, eu levantei perante um susto e comecei a olhar por todas as direções, como se estivesse perdida.
Eu a vi de cabeça baixa, no banheiro, com vários comprimidos, sedativos, e sem pulsação.
Eu não tinha vontade nem de estar morta, mais...
Eu fiz com que alguém percebesse, aliás, eu tentei, mas o fato era que mais cedo ou mais tarde encontrariam seu corpo ali, menos sua alma.
Então, eu decidi caminhar pelas ruas, triste, chorando, com raiva, chutando o que via pela frente, angustiada, sóbria.
Via casais se abraçando, beijando, sentindo um ao outro, ou enganando um ao outro.
Via pessoas que estavam escondendo o que sentiam pela outra, fazendo o que fiz, e deu mais raiva ainda, eu gritava pra eles, motivando-os a dizer o que sentem, pois pode haver um ‘agora é tarde demais’.
Depois de me ver sem saídas, eu lembrei...
‘Se ela morreu... Onde ela está?
OH MEU DEUS! Se ela... Oh!’
‘Onde você está? ‘ Eu gritava.
Eu fui correndo em direção ao lugar onde costumávamos passar o tempo juntas.
Mas por falar em tempo, pra quê tempo, pra quê correr se o tempo não importa mais?
Bem, não era o tempo, era o que eu sentia por ela, uma força incontrolável me fazia correr, vontade de tê-la em meus braços...
Em sua casa ela já não estava mais, haviam descoberto seu corpo, e estava pronto para ser velado.
O lugar era lindo, uma enorme montanha, alta demais, a metros de diâmetros do mar.
Eu sabia que se eu me jogasse não iria dar em nada... E talvez disso eu não me arrependesse, pois afinal, não daria em nada!
De repente eu senti um calor, algo que eu não estava mais conseguindo sentir...
E era ela dizendo:
‘Calma, eu estou aqui! ’
Abraçamos-nos forte, beijávamo-nos, acariciávamo-nos, e estávamos mortas.
Eu fiz perguntas a ela, então, ela me mostrou seu diário e disse:
‘As respostas estão aqui. ’
E ficamos lendo o diário juntas, e vivendo aquele momento como se fosse o último, pois afinal, poderia ser o último, pois não sabíamos o que aconteceria depois dali.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Like Stars

Eu estava com falta dela, eu não sabia exatamente onde encontrá-la, então, tive a esperança de ser encontrada... Eu fiquei sentada no terraço, olhando a iluminação daquela imensa cidade, movimentada, viva.
Eu pensava sobre minha vida, minhas metas, objetivos, futuro, presente, e passado também.
Lembrei que os dias iam passando-se, mas eu não à via mais.
Sabe quando sentes que falta algo? Uma peça, um alguém... Ela.
Eu não chorei, eu apenas fiquei olhando, e imaginando, desejando-a aqui, aqui comigo..
Fiquei sentada, cabeça baixa, observando.
E aquele vento, aquele frio, e o fato de que qualquer falha eu poderia cair, e eu sabia disso.
Eu sei que isso é uma besteira, eu só tinha que me convencer das coisas, me acostumar a não tê-la alí.
De repente, ela surge do nada, com uma frase sábia, e eu apenas sorri, ela não tinha o costume de dizer coisas do tipo.
Me senti completa.
Ela sentou do meu lado, estava animada, alegre, era a minha motivação.
Mas eu não poderia mais tocá-la, tudo estava diferente, ela já não era mais minha e eu já não era mais dela.
Ela contava histórias engraçadas, ou pelo menos eu via graça em tudo que ela contava para mim.
Sua voz era a minha trilha sonora, e por mais que eu já não a tivesse mais comigo, sendo minha, eu ainda tinha um coração só pra ela.
Até que duas palavras ficaram marcadas, o que fazia com que eu não pudera mais ouvir as outras que ela estava dizendo... E as duas palavras eram: "Estou apaixonada."
A tristeza tomou conta de sua face, e a minha expressão ficara séria.
Eu olhava para o nada, respirei fundo, olhei para a cidade e lhe disse...
"Conte-me mais, por quem?"
Ela respirou fundo, olhou para o centro e disse:
"Há muito tempo, uma pessoa (eu) disse para mim, que as estrelas iam embora, mas voltavam... Por mais que soubéssemos que voltariam, seriam novas estrelas, ou talvez, elas tivessem apenas mudado de lugar..."
Eu continuei séria, eu pensei:
"Ela está apaixonada por outro alguém, alguém que não sou eu, e usou a minha frase para contar-me sobre esse fato."
Então, eu disse...
"Prossiga..."
E ela começou a chorar e disse:
"Pode ser que as estrelas voltam, mas que não estejam no mesmo lugar, mas elas continuam sabendo quem são, o que sentem... Acho que elas voltam, assim como o que eu sentia por você voltou..."
Fiquei inerte, gelei, sentia meu coração voltar a bater, eu sentia que havia ganhado vida de novo, me sentia... Feliz. [?]
Mas ela falou algo em seguida...
"Talvez isso lhe deixe mal, pois lhe fiz esperar por mim, não lhe dei esperanças, eu sei... Por isso que planejei um vôo de volta para minha cidade natal, bem longe de você, para não lhe incomodar."
Então, fiquei sem expressão...
E disse:
"Eu ainda tenho um coração só pra você, e seria mais doloroso te ver partir, do que não te ter só pra mim."
Então ela disse..
"Eu também, mas tenho medo de lhe fazer esperar novamente, pois talvez a estrela também mude de lugar, precise mudar, ou simplesmente, desapareça, da noite para o dia, até um tempo indeterminado."
E eu caí, metafóricamente.
Mas por pouco eu não caí dalí, eu queria.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

I was…

Eu sempre tentei dar o máximo de mim, quer dizer... Sempre achei que tinha dado o máximo de mim, mas agora, eu acho o contrário.

Mas também... De que isso importa agora? Ninguém reparou que eu estava tentando, e ainda tentando ser quem não sou por causa das pessoas que não gostam de mim como sou.

Mas por que fiz isso? Eu não tenho que agradar ninguém, não tenho que fingir, esconder a mim mesma por causa das pessoas.

Eu não perdi tempo, creio eu.

É ruim eu olhar para o relógio e ver que a hora está se passando, rápido, devagar, mas está passando...

Eu me sinto tão sozinha neste exato momento, como se nunca tivesse havido um outro alguém.

Alguém que iria ficar comigo nas horas boas e ruins, que iria me abraçar quando eu me sentisse mal, que iria me apoiar, quando fosse necessário, que iria me fazer sorrir, que iria ser um amigo de verdade.

E na verdade eu não sei... Essas pessoas que se foram não voltarão.

I was...

Eu tentei ser a melhor coisa que certas pessoas poderiam ter, tentei dar o melhor de mim pra mostrar que as amo.

Eu tentei, ninguém pôde ver, ninguém quis ver, ninguém notou, e o que sobrou...

Quem sobrou...

Fui eu.

Ao menos eu ainda tenho a mim.

Ao menos aqui dentro eu ainda posso me sentir, quando eu achar o contrário, tentarei lembrar...

Que eu nunca poderei me deixar, talvez soe egoísta, mas um dia pensei demais nos outros que mal conseguia pensar em mim.