quinta-feira, 11 de março de 2010

Antes de Julho a minha vida era calma, era minha, meu mundo, minhas fantasias, minhas visões, meu pensamento e eu. Apenas eu. Deixei de acreditar no amor. Vivi muitas decepções em meu passado e desde então decidi por viver só. Meus amigos ficaram para trás. Todo meu passado ficou. No colégio novo as pessoas eram muito estúpidas, a moda era praticamente beijar o/a primeiro/a que visse pela frente. As garotas tinham piercings no úmbigo e os garotos músculos. Sempre ri disso. 'O essencial é invisível aos olhos.' Acho que nenhum deles entenderiam essa frase. Na sala de aula era uma bagunça, os professores mandavam a metade da sala descer. Poucos prestavam a atenção. Por fim eu me perguntava sempre o que eu fazia ali. Num mundo completamente diferente do meu. Num mundo em que sinto-me sufocada. Num mundo estúpido, sujo e egoísta. Ah, e fútil. Sempre observei a todos, sempre observei cada rosto. E para mim, eram todos iguais. Ah, exceto pelo rosto de Isabella. Ela estava na minha sala, mas nunca falei com ela. Ela vivia me olhando, porém, eu mal a via no recreio. Ambas, eu e ela, sentávamos no final da sala. Esse era meu segundo mundo, o mundo da escola, antes de Isabella. Em julho tudo mudou, tudo mudou porque depois de tanto tempo finalmente nos falamos. E adivinhem? Eu que comecei. Descobri então que Isabella desejava conversar e se juntar a mim desde o primeiro dia de aula. Conclui que houve muito disperdicio de tempo. Muito mesmo. Mas foram muitas trocas de olhares, oh sim. Então, começamos a passar o recreio juntas, a fazer trabalhos juntas. Ela era a pessoa que eu pensei que nunca fosse conhecer. Ela era como um anjo, e ela me salvou. Pode parecer besteira, mas é verdade. Julho foi o melhor mês daquele ano (2009). Em agosto ela me levou para conhecer seus lugares favoritos da cidade. Era incrívelmente encatadores, mesmo. Em agosto eu reparei que toda vez que eu sorria ela mordia os lábios e olhava para os meus lábios, e então, meus olhos. Percebi que eu ficava vermelha toda vez que ela me fazia sorrir, ou simplesmente estava do meu lado. Em agosto ela me levou para a praia. Fizemos uma fogueira na areia e ficamos observando o mar. As estrelas brilhavam no céu. Nesse dia eu percebi que ao olhar para seu lindo rosto eu sentia a vontade de beijá-la. Em agosto eu percebi que eu sentia algo por ela e ela por mim.
Então, deitamos na areia e ficamos observando a estrela. Ela segurou minhas mãos e meu coração acelerou. Ela estava séria, eu também. Mas no fundo eu estava feliz.
Cinco e meia da manhã o sol estava aparecendo. Eu acordo e lá estava ela, dormindo abraçada em mim. Eu não queria acordar, caso fosse um sonho. E eu acreditei que fosse. Mas não era. Meus pensamentos eram ocupados por uma coisa: Isabella.
Depois, voltamos, afinal tinha a escola. Sorriamos bastante durante as aulas e os recreios. Em setembro ela me deu um beijo. Eu me lembro exatamente... Foi o melhor beijo de toda a minha vida. Foi num de seus lugares favoritos. Já estava óbvio que queriamos isso. Então, no meio do mês de setembro ela me pede em namoro. E então um novo período/ciclo maravilhoso começa para mim. Apesar das brigas e ciúmes, tudo voltava ao normal. Às vezes eu me perguntava se era um sonho, se ela realmente estava ali, se existia, se ela era ou não um anjo, afinal... Só que sobre uma coisa no amor eu estava certa. "As pessoas vão embora."

Dezembro -

Ela teve de partir para outra cidade com sua mãe. Optamos por não dizer adeus. O término foi triste, mas ela nunca me disse adeus e nem eu disse adeus para ela. Escreviamos cartas uma para a outra. Saudade, saudade, saudade... Uma das palavras mais ditas. Assim como a seguinte frase: "Eu te amo."

É, eu te amo.